sexta-feira, 28 de março de 2014

Descoberta de novo planeta anão sugere possível Planeta X

    Astrônomos descobriram um novo planeta anão muito além da órbita de Plutão, sugerindo que este reino distante contenha milhões de objetos desconhecidos, incluindo, talvez, um mundo até mesmo maior do que a Terra.

         O corpo celeste recém-descoberto, chamado 2012 VP113, junta-se ao planeta anão Sedna como um residente confirmado de uma região longínqua e inexplorada que os cientistas chamam de "Nuvem de Oort interior". Além disso, 2012 VP113 e Sedna podem ter tido suas órbitas alongadas por um grande planeta ainda desconhecido, nas profundezas geladas do Sistema Solar.


         "Estes dois objetos são apenas a ponta do iceberg", disse o co-autor Chadwick Trujillo, do Observatório Gemini, no Havaí. "Eles existem em uma parte do Sistema Solar que estamos acostumados a acreditar que era desprovida de matéria. Isto serve para nos mostrar o quão pouco realmente sabemos sobre o nosso Sistema Solar".


Sondagem das profundezas

         Durante várias décadas, os astrônomos têm dividido o nosso Sistema Solar em três partes principais: uma zona interna contendo os planetas rochosos; um parte intermediária que abriga os gigantes gasosos, e uma região externa chamada Cinturão de Kuiper, povoada por mundos distantes e gelados, como Plutão.  A descoberta de Sedna, em 2003, deu a entender que este mapa está incompleto. Sedna, que possui cerca de 1.000 quilômetros de largura, tem uma órbita extremamente elíptica, chegando mais perto do Sol do que 76 unidades astronômicas (1 UA ~ distância média entre a Terra e o Sol = 150 milhões de km) e chega até a 940 UA em seu ponto mais distante.

O diagrama mostra o Sistema Solar exterior.
         Isso coloca Sedna nos confins exteriores do Sistema Solar. Para efeito de comparação, a órbita de Plutão se localiza entre 29 e 49 UA do Sol.
         E agora os astrônomos sabem que Sedna não está sozinho lá fora. Trujillo e Scott Sheppard, da Instituição Carnegie de Ciência, em Washington DC, descobriram 2012 VP113 usando a câmera Dark Energy, instalada em um telescópio de 4 metros no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile.
         Observações também foram feitas posteriormente utilizando os telescópios Magellan de 6,5 metros no Observatório Las Campanas, também no Chile, que ajudaram Trujillo e Sheppard a determinar detalhes da órbita de 2012 VP113 e entender um pouco mais sobre esse objeto.
         O planeta anão recém descoberto chega mais perto do Sol do que 80 UA, e se distancia até 452 UA. Ele possui cerca de 450 km de largura e por isso, é grande o suficiente para ser classificado como um planeta anão se for composto principalmente de gelo, disseram os pesquisadores. Por definição, planetas anões devem ser grandes o suficiente para sua gravidade moldá-los em esferas, e a massa necessária para que isso aconteça depende da composição dos objetos.
A Nuvem de Oort interna

          Objetos distantes como Sedna e 2012 VP113 são incrivelmente difíceis de serem detectados, e os astrônomos só tem uma chance de observá-los quando os corpos estão próximos de sua maior aproximação com o Sol.
         Trujillo e Sheppard estimam que cerca de 900 corpos maiores do que Sedna podem existir neste reino distante, que os astrônomos chamam de Nuvem de Oort interior. Devemos lembrar que a Nuvem de Oort em sí é uma camada de gelo ao redor do Sistema Solar que se inicia talvez a 5.000 UA do Sol, e contém trilhões de cometas, diferente da Nuvem de Oort interior.
         A população total de objetos na Nuvem de Oort interior, de fato, pode exceder a população do Cinturão de Kuiper e do principal cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter, disseram os pesquisadores.

‪         "Alguns desses objetos da Nuvem de Oort interna podem ter tamanhos equivalentes ao da Terra, ou ao de Marte", disse Sheppard em um comunicado. "Isso ocorre porque muitos dos objetos da Nuvem de Oort interior estão tão distantes que mesmo aqueles grandes seriam muito difíceis de serem detectados com a tecnologia atual".

         O estudo foi publicado na edição online da revista Nature do dia 26 de Março.


Planeta X ?



Comparação de tamanhos entre a Lua, Sedna (esquerda)
         Também é possível que 2012 VP113 e seus vizinhos foram expulsos do Cinturão de Kuiper para a Nuvem de Oort interior quando um grande planeta se formou há muito tempo. Este planeta pode ter sido ejetado do Sistema Solar, ou ainda pode estar lá, nos confins extremos, esperando para ser descoberto.
         De fato, certas características das órbitas de Sedna, de 2012 VP113 e de vários objetos do Cinturão de Kuiper mais distantes são consistentes com a presença contínua de um grande corpo extremamente distante que os perturba, disseram os pesquisadores. É possível que um planeta com cerca de 10 vezes mais massa do que a Terra localizado a centenas de UA do Sol tenha orientado esses corpos em suas órbitas atuais.
         Tal suposição está longe de ser uma prova de que um desconhecido "Planeta X" realmente existe, confirmou Trujillo. Mas ele disse que a porta está aberta, mas que um corpo com a massa da Terra a 250 UA do Sol provavelmente seria indetectável com a tecnologia atual.         "Isso levanta a possibilidade de que poderia haver corpos lá fora com massa significativa, com a massa da Terra ou maiores, e que nós não conhecemos", disse ele.
         A imagem deve esclarecer quantos outros objetos da Nuvem de Oort interior são encontrados, o que permite aos astrônomos colocarem mais restrições sobre a origem e evolução orbital destes corpos frios e distantes.
         "Eu acho que é um pouco difícil tirar conclusões definitivas a partir de dois objetos", disse Trujillo. "Se tivéssemos 10 objetos da Nuvem de Oort interior para compararmos, então nós realmente poderíamos começar a reunir mais detalhes sobre os cenários de formação".
        Os astrônomos não sabem muito sobre a origem ou história evolutiva de Sedna e 2012 VP113 neste momento. Os objetos podem ter se formado mais perto do Sol, por exemplo, antes de serem (talvez) empurrados para fora por interações gravitacionais com outras "estrelas irmãs" do conjunto do nascimento do Sol, disseram os pesquisadores. Ou então, objetos da Nuvem de Oort interiores podem ser corpos de outros sistemas estelares próximos que o Sol atraiu durante um encontro estelar, por exemplo.


Fonte: Space




Brasileiros descobrem enigmáticos aneis em torno de asteroide

Os anéis planetários são como que adornos ou adereços ao redor das gemas do espaço celestial e provavelmente, os mais conhecidos do Sistema Solar são os do exuberante e gigantesco planeta Saturno.
Aneis do Asteroide Chariklo

Mas isso não é uma característica apenas de Saturno. Júpiter, Urano e Netuno também os exibem e guardam entre si, juntamente com Saturno, o fato de serem planetas formados por gases e não por superfícies sólidas como os planetas terrestres Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, que são formados por rochas.
Outra característica em comum entre Saturno, Júpiter, Urano e Netuno é que todos eles têm um grande número de satélites naturais.
Porém, os anéis de Júpiter, Urano e Netuno são menos conhecidos, pois ao contrário dos de Saturno, são tênues e compostos na sua maior parte de partículas microscópicas. Por esse motivo, os anéis de Júpiter só foram descobertos em 1979, pelos instrumentos da sonda norte-americana Voyager. Os de Urano foram revelados apenas em 1977 e os de Netuno somente em 1989, por outra sonda norte-americana, a Voyager 2.
Só para se ter uma ideia mais clara, os anéis de Saturno já haviam sido observados por Galileu Galilei pela primeira vez em julho de 1610, embora Galileu não soubesse exatamente que espécie de estrutura tinha observado. Uma imagem mais clara dos anéis só foi possível em 1655, com ajuda de instrumento mais sofisticado, por Christiaan Huygens, que sugeriu que essas estruturas eram o sinal visível de um disco de matéria ao redor do planeta.

Asteroides também têm anéis?
Até bem recentemente, tudo indicava que não. Os asteroides, que são corpos metálicos e rochosos e possuem formas irregulares e muito menores do que os planetas, não deveriam ter anéis.

Brasileiros fazem parte da equipe da descoberta
Tudo começou em junho de 2013, quando astrônomos utilizando diversos telescópios na América do Sul, incluindo o famoso Observatório Europeu Austral (ESO) no Chile, observaram a passagem de um asteroide denominado Chariklo por uma estrela distante.
Nessa passagem, a estrela que deveria ter "piscado", uma única vez, como era esperado pela passagem de um solitário asteroide, mas diferente do que se esperava, "piscou" diversas vezes, o que revelou um par de densos e estreitos anéis rodeando o referido asteroide, que tem cerca de 250 km de extensão e está situado entre as órbitas de Saturno e Urano.
De acordo com o astrônomo brasileiro Felipe Braga Ribas do Observatório Nacional no Rio de Janeiro, os anéis do asteroide têm somente 3 km e 7 km de largura, com uma lacuna entre eles, de 9 km. Felipe é o autor de um trabalho apresentado na Revista Acadêmica Nature de 26 de Março deste ano, onde descreve sua fantástica descoberta.
Como este par de anéis são muito estreitos, provavelmente estão confinados e "pastoreados" por pequenos satélites, o que lembra o caso dos anéis de Saturno, onde existem pequenos satélites que tem suas órbitas próximas a determinados anéis, o que os mantém confinados através das forças gravitacionais. São exemplos de satélites pastores, Prometeus e Pandora, satélites de Saturno que "pastoreiam", o seu estreito e mais externo anel “F”.
Analogamente, não seria estranho que o asteroide Chariklo possa ter pelo menos um pequeno satélite ainda à espera de ser descoberto.

Oiapoque e Chuí
Os líderes deste projeto de observação estão provisoriamente chamando os anéis do asteroide Chariklo, de Oiapoque e Chuí, os dois rios dos extremos norte e sul do Brasil, respectivamente, sem dúvidas, uma glória para o país!

Origem dos anéis
Anéis planetários em geral, podem se formar por alguns processos, tais como material que não se condensa em satélites por conta dos efeitos de marés gravitacionais do planeta ou um satélite que se aproxima do planeta além do Limite de Roche* ou pelas forças de maré ou então por colisões de asteroides e cometas ou bombardeios de meteoritos que pulverizam partes dos satélites, etc.
No caso específico destes inusitados anéis do asteroide, pesquisadores acreditam que, embora não haja um consenso, estes tipos de anéis podem ser formados por resíduos deixados por uma colisão, que poderiam estar confinados dentro dos estreitos anéis pela presença de dois pequeninos satélites, conforme foi comentado acima.
Os anéis poderiam provar um fenômeno que potencialmente poderia levar à formação de um pequeno satélite. Em uma escala muito maior, até poderia explicar o nascimento de nossa própria Lua no início do Sistema Solar, bem como, as origens de outras "luas", (satélites naturais), ao redor dos outros planetas e... asteroides!
Por aí, vemos a quantidade e a qualidade de tantos fenômenos e eventos que já foram descobertos e assim sendo, só nos resta vislumbrar tantas outras fascinantes descobertas que serão realizadas no futuro próximo.
*Nota do autor: Limite de Roche é uma consequência das forças de maré de que um satélite em geral não pode chegar muito perto de seu planeta sem se romper. O limite de Roche é a distância mínima do centro do planeta que um satélite pode chegar sem se desintegrar. O nome de limite de Roche origina-se do astrônomo francês Édouard Roche, que primeiro propôs este efeito e calculou este limite teórico em 1848.

Arte: Concepção artística mostra os anéis de Chariklo. Créditos: Lucie Maque, NASA, Apolo11.com.

terça-feira, 25 de março de 2014

Ao Vivo! Lançamento Soyuz Expedição 39 rumo à Estação Espacial

O lançamento do foguete russo está programado para as 18h17 pelo horário de Brasília.
Clique aqui para acompanhar 

Cometa se aproxima da Terra junto de intensa chuva de meteoros

A cada dia, 209P/Linear está mais perto. Durante a aproximação, diversas esteiras de poeiras deixadas por ele no passado se chocarão contra a Terra provocando uma das maiores chuvas de meteoros já observada. Desde 1983 um cometa não chegava tão perto do nosso planeta.
209P/LINEAR foi descoberto em fevereiro de 2004 através de um telescópio de 1 metro pertencente ao Lincoln Near-Earth Asteroid Research.Cometa 209P Linear
Sua orbita é inclinada em 21 graus e completa uma volta ao redor do Sol a cada 5.4 anos.
Sua órbita é tão elíptica que quando está no afélio (ponto mais distante do Sol) chega a mais de 750 milhões de km do astro-rei, mas quando se aproxima do periélio (menor distância do Sol) não passa de 136 milhões de km, invadindo as orbitas dos planetas interiores do Sistema Solar.
A última vez que 209P/LINEAR passou nas vizinhanças da Terra foi em 10 de abril de 2009 e chegou a 38 milhões de km do planeta, mas agora essa distância será bem menor.
Atualmente, 209P/LINEAR está a 83 milhões de km de distância e durante a aproximação máxima, em 29 de maio de 2014, chegará a apenas 8.5 milhões de quilômetros da Terra, a menor distância que um objeto desse tipo já chegou nos últimos 31 anos, quando IRAS-Araki-Alcock (C/1983 H1) fez um rasante a 4.6 milhões de km da superfície.

Chuva de meteoros

Embora a distância da menor aproximação seja pequena, 209P/LINEAR não será facilmente visível. Estima-se que sua magnitude aparente não será inferior a 11, o que significa que somente com auxílio de instrumentos poderá ser visto durante a madrugada.

O que chama a atenção desse cometa, no entanto, não é a menor distância que chegará da Terra e sim uma coincidência orbital.
Os cálculos mostram que durante o mês de maio, todas as partículas deixadas pelo cometa entre 1803 até 1924 cruzarão a orbita da Terra. De acordo com os pesquisadores Esko Lyytinen e Peter Jenniskens, isso causará uma forte chuva de meteoros visível na constelação da Girafa, com taxa estimada entre 100 e 400 meteoros por hora.

Crédito: Apolo11.com.

Vulcões ativos são revelados em Vênus


         Os cientistas já suspeitavam que vulcões poderiam desempenhar um grande papel na evolução das nuvens em Vênus, o segundo planeta a partir do Sol. Agora, as imagens da sonda Venus Express da Europa estão mostrando que as erupções vulcânicas não são apenas coisas do passado.

         Os cientistas descobriram quatro pontos luminosos transitórios em uma grande fenda relativamente jovem, conhecida como Ganiki Chasma, que foi observada 36 vezes pelas câmeras de monitoramento da sonda Venus Express.


A nave espacial em busca de evidências

         "Vênus pode ter vulcanismo nos dias atuais", comenta o cientista planetário Alexander Bazilevskiy, do Instituto Max- Planck de Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha.

         Bazilevskiy e seus colegas construíram mosaicos de imagens captadas durante os vôos orbitais e calcularam o brilho da superfície do planeta. Eles encontraram quatro pontos luminosos, cujas regiões foram estimadas com temperaturas de 980°C (bem acima dos 800°C que é a temperatura média da superfície do planeta).

A neve metálica de Vênus

Concepção artística de um vulcão ativo em Vênus
Créditos: ESA / AOES
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         "Nós estávamos procurando por esses pontos há vários anos, e não encontrávamos nada", disse Bazilevskiy . "Até que num belo dia, nós detectamos algo diferente".

         Quatro lugares, na verdade, todos perto de Maat Mons, um vulcão gigante em Vênus que os cientistas acreditam que a última erupção tenha ocorrido de 10 a 20 milhões de anos atrás.

         Análises de acompanhamento sugerem que os flashes luminosos podem ser fluxos de lava que se estendem por cerca de 25 quilômetros, ma região vulcânica ativa semelhante a que foi encontrada na lua Io de Júpiter.

         Os cientistas planejam verificar imagens arquivadas de Vênus feitas a partir da sonda Magellan da NASA, que mapeou 98% da superfície do planeta entre 1990 e 1994. Com base nessas imagens, os pesquisadores acreditam que seja possível detectar qualquer outra evidência de uma potencial atividade vulcânica.

         A equipe também está verificando imagens anteriores feitas nos últimos oito anos, a partir da sonda Venus Express, a fim de procurar zonas vulcânicas ou outras evidências que apontam para atividades semelhantes.

         Em um breve resumo sobre essa pesquisa, o principal autor Eugene Shalygin, também do Instituto Max- Planck, escreveu que a descoberta da atual atividade vulcânica em Vênus teria "grandes implicações" para o entendimento que temos sobre os processos dos planetas interiores, assim como para a nossa compreensão de suas superfícies e atmosferas.

Fonte: DNews
Imagem: ESA / AOES

Ondas foram observadas nos mares de Titã - as primeiras fora da Terra?

  Novas observações da sonda Cassini (que orbita o planeta Saturno) mostram o que parecem serondas nos oceanos de Titã. Se confirmado, este será o primeiro corpo além da Terra a produzir ondas como a conhecemos.

         "Se estiver correta, esta descoberta revela as primeiras ondas na superfície de um mar fora da Terra", comenta Jason Barnes, cientista planetário da Universidade de Idaho em um resumo de um artigo apresentado na Conferência de Ciência Planetária e Lunar em Houston nesta semana.

         As comparações com modelos de computador indicam quatro medições da região polar norte de Titã, feitas pela câmera Visual Infrared Mapping Spectrometer da sonda Cassini, em 26 de julho e 12 setembro de 2013. A luz do Sol foi observada sendo refletida pelas ondas de Titã.

Dentre vários mares e lagos próximos do pólo norte de Titã,
podemos ver Punga Mare, local onde as medições foram feitas.
Créditos: NASA / JPL-Caltech
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         Em seus muitos vôos próximos de Titã, a sonda Cassini descobriu pequenos lagos e grandes maresde metano, etano e outros compostos de hidrocarbonetos. Também foi descoberto que chove líquido na superfície da lua, que depois evapora, criando um sistema meteorológico complexo, que inclui padrões de ventos.

         Mas a sonda nunca tinha avistado ondulações criadas pelos ventos na superfície dos mares de Titã. Eles pareciam tão lisos como um vidro. Isso pode ser porque os hidrocarbonetos líquidos são mais viscosos do que a água e, portanto, mais difíceis de se moverem, ou porque os ventos em Titã simplesmente não são fortes o suficiente para criar ondulações. Em 2010, pesquisadores propuseram que os ventos se fortalecem quando Titã entra na primavera, permitindo aos cientistas uma melhor oportunidade de detectar ondas. Saturno e suas luas levam cerca de 29 anos terrestres para dar uma volta completa ao redor do Sol.

         "Se essas 'rugas' observadas são de fato ondas em Titã, então os ventos que as criam devem ter uma velocidade média de 0,76 metros por segundo", informou Jason Barnes.

         Os cálculos mostram que as ondas teriam cerca de 2 cm de altura, ou cerca de 0,8 polegadas.

         As medições foram feitas em uma região conhecida como Punga Mare, um dos vários mares de hidrocarboneto existentes no pólo norte de Titã.

Fonte: Discovery News / Dailygalaxy
Imagem: NASA / JPL-Caltech

sexta-feira, 21 de março de 2014

Vida extraterrestre deve ser encontrada nos próximos 25 anos

As pesquisas por busca de vida extraterrestre estão focadas principalmente na detecção de emissões eletromagnéticas geradas por possíveis civilizações inteligentes, mas outros métodos também estão sendo empregados e podem apresentar resultados em breve.
Telescopio Allen

De acordo com o cientista Seth Shostak, diretor do instituto SETI de pesquisas por inteligência extraterrestre, ao invés de observar diversos milhares de sistemas estelares distantes, os estudos estarão focados em apenas um seleto grupo de 1 milhão de estrelas situados a menos de 25 anos-luz de distância.
Para Shostak, até 2040 os astrônomos deverão ter escaneado quantidade suficiente de sistemas estelares, apontando com grande clareza em qual deles há registro de emissões eletromagnéticas não naturais. Segundo o pesquisador, 1 milhão de sistemas é estatisticamente o número correto para encontrar algum tipo sinal produzido por alguma civilização.
"Eu acho que dentro de 20 anos nós vamos encontrar vida extraterrestre usando esses tipos de experimento", disse o cientista durante simpósio o NASA Innovative Advanced Concepts, NIAC, realizado na Universidade de Stanford.
O otimismo de Shostak é baseado em parte nas observações feitas pelo telescópio espacial Kepler, da NASA, que mostrou que a Via Láctea provavelmente está repleta de mundos capazes de suportar a vida como a conhecemos.
As estatísticas mostram que uma em cada cinco estrelas abriga pelo menos um planeta onda a vida possa surgir, o que segundo o pesquisador é uma porcentagem fantasticamente grande. "Isso significa que na nossa galáxia há dezenas de bilhões de mundos semelhantes ao nosso", explicou.
Shostak e seus colegas acreditam que alguns desses mundos abrigam vidas inteligentes, que desenvolveram a capacidade de enviar sinais eletromagnéticos para o cosmos da mesma maneira como a civilização humana o faz a cada segundo. "Acreditamos que eles também estão apontando grandes antenas de rádio para o céu na esperança de detectar algum sinal produzido por outros seres vivos" e é nisso que estamos trabalhando.
Este tipo de pesquisa teve início em 1960, quando o pioneiro astrônomo Frank Drake escaneou duas estrelas similares ao Sol através de uma enorme antena parabólica de 26 metros. Ao longo do tempo, a quantidade de radiotelescópios apontados para o céu aumentou consideravelmente, além de terem ocorrido avanços significativos em eletrônica e na tecnologia digital.

Outras linhas de pesquisaA busca por vida alienígena não se concentra apenas em sociedades tecnológicas. Muitos cientistas estão trabalhando na possibilidade de vidas simples, que devem estar distribuídas de modo mais amplo e comum em todo o universo.
 Créditos: ESO, SETI, Apolo11.com.

A primeira evidência de vida microbiana na Terra, por exemplo, data de 3,8 bilhões de anos, apenas 700 milhões de anos após o nosso planeta se formar. No entanto, foram necessários mais 1,7 bilhão anos para a vida multicelular evoluir. Os seres humanos não surgiram até 200 mil anos atrás e apenas no século passado nos tornamos uma espécie verdadeiramente tecnológica.
Atualmente, a caçada por vida alienígena ocorre em três vias. De um lado temos os competidores que procuram civilizações inteligentes avançadas. Do outro lado temos cientistas que vasculham os corpos do sistema solar, como Marte e a lua Europa de Júpiter, em busca de organismos simples. Por fim, temos os pesquisadores com foco na busca de sinais de vida microbiana em exoplanetas próximos. Esses usarão instrumentos extremamente poderosos, como o futuro telescópio espacial James Webb, da NASA, programado para lançamento em 2018.
Para Shostak, todas as três abordagens podem dar frutos nas próximas décadas e qualquer uma delas poderá revelar grandes surpresas já nos próximos 20 anos.

Exoplaneta recém descoberto tem 'ano novo' todos os dias

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descobriram Kepler 78b, um planeta extra-solar, que apesar do tamanho parecido com o da Terra, as coincidências param por aí. Kepler 78b completa uma volta em torno de sua estrela em apenas oito horas e meia! 25 horas e meia aqui na Terra equivalem a 3 anos completos no planeta Kepler 78b!

         O movimento de orbitar ao redor da estrela, conhecido como translação, leva 365 dias ou um ano para ser realizado pela Terra em torno do Sol. Mas Kepler 78b, localizado a 700 anos-luz da Terra, está muito próximo de sua estrela.

         Seu raio orbital é de apenas cerca de três vezes o raio de sua estrela. A estimativa é de que a temperatura em sua superfície seja de aproximadamente 2,7 mil °C. Os cientistas do MIT acreditam que, em um ambiente tão quente, a camada mais superficial do planeta seja derretida, como um oceano de lava agitado.

         A partir das medições, os cientistas determinaram que o planeta está a cerca de 40 vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do Sol. A estrela-mãe do planeta é relativamente jovem, pois sua rotação é 2 vezes mais veloz do que a do Sol.

         Mas o que empolgou os cientistas não foi somente seu período de translação rápido. Pela primeira vez, eles conseguiram detectar a luz refletida de um pequeno exoplaneta. Futuramente, com telescópios mais potentes, essa luz poderá fornecer informações detalhadas sobre a composição e a superfície dos exoplanetas.

         A descoberta foi feita a partir de observações feitas com o Telescópio Kepler, da NASA, e foi publicada na edição online da revista The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal / Exame

quarta-feira, 19 de março de 2014

Show no céu. Lua oculta Saturno nesta quinta-feira!

Nesta quinta-feira, o céu será palco de mais um daqueles shows que não acontecem a toda hora: a ocultação do planeta Saturno pela Lua. O evento tem início a partir das 10 da noite e poderá ser visto de quase todo o país. Um show raro, digno de Selene e do Senhor dos Anéis!

        Vídeo demonstrativo(clique aqui)

Ocultação de Saturno pela Lua
O evento dessa quinta-feira é bastante peculiar e desta vez o Brasil será altamente favorecido, já que essa ocultação só poderá ser vista por completo a partir do território nacional.
A ocultação não ocorre simultaneamente em todas as regiões do país e quanto mais elevada a latitude onde se encontra o observador, mais cedo começa o evento. O tempo de ocultação também não é igual para todas as cidades. Em algumas localidades o evento pode durar até 60 minutos enquanto em outras o "sumiço" de Saturno pode durar cerca de 30 minutos.

No Brasil
O Rio Grande do Sul não presenciará o evento, a não ser nas localidades no extremo norte do Estado. Em Erechim e locais próximos, por exemplo, os habitantes poderão ver Saturno ser "rasgado ao meio" pelo limbo lunar entre 22h51e 23h02, em um espetáculo que poucos terão a oportunidade de ver. Dali, metade de Saturno ficará encoberto enquanto a outra metade parecerá percorrer a borda da Lua.
Em São Paulo a ocultação tem início com o disco saturniano tocando o limbo lunar às 22h31. Depois disso, o planeta dos anéis permanecerá oculto por 46 minutos e reaparecerá por trás da área sombreada da Lua as 23h16.
A carta acima mostra os momentos do início e fim do evento na capital de alguns Estados. Na região amazônica a ocultação poderá começar com o céu ligeiramente claro, com Saturno surgindo já oculto pela Lua quando essa ainda estiver nascendo.
Disco Planetário
Neste momento, Saturno está a 9.26 UA, cerca de 1.38 bilhão de km da Terra. Mesmo a esta distância, o planeta é muito brilhante, reluzindo atualmente na magnitude 0.5. Considerando o efeito da atmosfera, a magnitude observável é de 1.3, ainda assim muito brilhante.
Essa distância enorme faz o planeta parecer minúsculo perto da Lua, que domina o céu. Enquanto nosso satélite ocupa cerca de 30 minutos de arco na abóbada celeste, o gigantesco planeta gasoso ocupa somente 18 segundos. Seriam necessários aproximadamente 100 discos saturnianos enfileirados para cobrir todo o diâmetro lunar.
Apesar de visualmente maior, a Lua tem só 3478 km de diâmetro, enquanto Saturno tem 120536 km.
É isso aí. Agora, só resta São Pedro ajudar.
Bons céus!

NASA anuncia ambiciosa missão à lua Europa de Júpiter

A Agência Espacial Norte Americana (NASA) pretende lançar uma missão à lua Europa de Júpiter. Europa é considerado por muitos, um dos melhores ambientes para se encontrar vida extra-terrestre. A missão que deve acontecer até 2025, foi anunciada na última terça-feira (4 de março).

         A lua Europa abriga um oceano potencialmente habitável, com água líquida abaixo de sua espessa camada de gelo.

         "Europa é uma missão muito difícil que será operada em um ambiente de alta radiação. e não há grandes métodos para agir contra isso", disse Beth Robinson, diretor financeiro da NASA. "O lançamento da missão deve ocorrer em meados da década de 2020".

Concepção artística da sonda Europa Clipper.
Créditos: NASA
         A Casa Branca liberou US$17 bilhões para a Agência Espacial Norte Americana (para o ano de 2015). Destes US$17 bilhões, US$15 milhões serão usados para o financiamento inicial da missão à lua gelada de Júpiter. Até o momento, não se sabe ao certo quanto custará a missão, ou o quão grande ela se tornará. Funcionários da NASA e parte da comunidade científica irão iniciar uma força tarefa para mapear e definir os detalhes da missão.

         O melhor candidato será escolhido para analisar informações da lua Europa. Até o momento, a sonda que tem mais chances de deixar a Terra com destino à Europa é a Europa Clipper.

         Europa Clipper é na verdade um conceito desenvolvido pela NASA já há algum tempo. A sonda seria projetada para orbitar Júpiter enquanto faz vários vôos rasantes na lua Europa, utilizando uma grande variedade de instrumentos científicos para estudar sua superfície gelada e seu oceano escondido abaixo da camada de gelo..

         Autoridades estimam que custaria cerca de US$ 2 bilhões para enviar a sonda Europa Clipper até o satélite de Júpiter. A NASA vai continuar o desenvolvimento de conceitos para essa grande missão.

         Até o momento, Europa Clipper é considerado como o carro chefe, porém, dentro de aproximadamente 30 dias (meados de abril), serão feitas análises preliminares dos conceitos, onde será definido qual será o rumo principal da missão.

         Segundo Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da NASA, a reunião anual da União Geofísica Americana que será feita em São Francisco, EUA, deverá definir qual será o destino da missão.

Fonte: NASA
Imagens: NASA

segunda-feira, 17 de março de 2014

Série COSMOS com o Astrofísico Neil DeGrasse Tyson estreia no Brasil!

National Geographic Channels International (NGCI) anunciou no passado dia 19 de julho, na Comic-Con, o lançamento global da série ‘Cosmos: A Spacetime Odyssey’, o novo projeto da produtora executiva e autora Ann Druyan e do produtor executivo Seth MacFarlane (‘Family Guy’). Internacionalmente, a série vai estrear em exclusivo no NGC em 170 países e 48 línguas no início de 2014. O NGCI vai alinhar a sua estreia internacional com o lançamento da série na FOX e no NGC nos Estados Unidos marcada para a primavera do próximo ano.
Seth MacFarlane junta-se aos colaboradores criativos originais do ‘COSMOS’ de Carl Sagan – produtora executiva e escritora Ann Druyan e o co-autor e astrónomo Steven Soter – para conceber uma série de 13 episódios combinando drama, fantasia e uma impressionante realidade natural que vai ser uma magnífica sucessora da lendária e galardoada série original vencedora de Emmy Awards e Peabody Awards.
Apresentada pelo mundialmente reconhecido astrofísico Neil deGrasse Tyson, esta série aspira ao “acordar” da audiência global para as maravilhas do universo, à medida que estas são reveladas pelo fantástico poder da perspetiva científica. Brannon Braga, outro dos produtores executivos, serve como realizador principal da série ao lado do diretor de fotografia Bill Pope. Este novo ‘COSMOS’ vai apresentar sequências animadas com vozes de Seth MacFarlane e todo um conjunto de artistas a serem anunciados no futuro.
Cosmos: Uma Odisseia no Espaço’ vai inventar novas narrativas científicas de maneira a revelar a imensidão do universo e reinventar elementos míticos da série original, incluindo o calendário cósmico (Cosmic Calendar) e onavio espacial da imaginação (Ship of the Imagination)Unindo ceticismo e pensamento, e interligando a ciência rigorosa com elementos visuais, emocionais e espirituais, esta será uma experiência transcendente – a visão do cosmos na sua imensa escala tal como a conhecemos.

“Nunca houve um tempo tão importante como o que vivemos hoje para fazer reemergir o ‘COSMOS’. Quero fazer este programa tão divertido, e tão vistoso, e tão excitante que todas as pessoas que não tenham qualquer interesse na ciência tenham curiosidade de o ver só porque é um verdadeiro espectáculo televisivo” disse Seth MacFarlane.
“É uma verdadeira emoção levar o navio espacial da imaginação (Ship of Imagination) para mais uma volta”,afirmou Druyan. “Vamos a lugares onde nunca ninguém esteve antes, fazendo uso de capacidades que não existiam na altura da série original. Apesar disto, parece tudo como a primeira vez.”

“Durante 125 anos o National Geographic sempre esteve na vanguarda da pesquisa científica, investigação e aventura. O ‘COSMOS’ representa uma esplêndida, épica e transformacional jornada numa nova era de exploração expondo os valores centrais que são um elemento inerente do National Geographic Channel”, disse Ward Platt, CEO do National Geographic Channels International e COO para a FOX International Channels. “Estamos muito entusiasmados por trabalhar com o Cosmos Studios e com a FOX para o renascimento de uma das mais poderosas e revolucionárias séries científicas de todos os tempos.”
“Trabalhando com os nossos parceiros da FOX e do NGCI, ‘Cosmos: A Spacetime Odysseey’ vai ser o verdadeiro evento global televisivo como nunca foi feito antes”, acrescentou David Lyle, CEO do NGC US e Programação Global. “Com a paixão de Seth, a força criativa de Ann e o tremendo appeal de Beal, o novo ‘COSMOS’ vai marcar um ponto de viragem na televisão não ficcional, assim como fez a versão original há 30 anos.”

Como uma das mais amadas séries científicas, a original ‘COSMOS’ foi como uma linha divisória que marcou os programas televisivos não ficcionais mudando, no ano de 1980, a maneira como as audiências eram capazes de ver além do nosso mundo. Durante 33 anos, esta série permaneceu numa contínua distribuição mundial vista por mais de 750 milhões de pessoas em mais de 175 países. Nos Estados Unidos, a série tornou-se numa das mais vistas da televisão pública na altura da sua emissão e manteve o recorde de audiências durante uma década. Para salientar ainda mais a sua importância e qualidade, ‘COSMOS’ venceu três Emmy Awards e um Peabody Award.
Esta nova versão de ‘COSMOS’ é produzida pela Cosmos Studios, a companhia sediada em Nova Iorque que Ann Duyan criou em 2000, pela Fuzzy Door Productions e pela companhia de Mr. MacFarlane. Druyan e Steven Soter são os autores da série que tem como produtores executivos Seth MacFarlane, Ann Druyan, Brannon Braga (‘Star Trek’ e ‘24’) e Mitchell Cannold, o presidente da Cosmos Studios. O produtor é Jason Clark (‘Ted’). Para mais informações pode consultar a página oficial de Facebook da série:

O sol e os segredos invisiveis da cromosfera vermelha

Observar o Sol através de um filtro de alta densidade permite ver diversos detalhes, com destaque especial para as manchas solares. No entanto, quando olhamos somente uma cor muito específica do Sol, centenas de detalhes saltam aos nossos olhos, revelando toda a majestade do astro-rei.

Proeminencia Solar em H-alpha
O uso de filtros escuros comuns permite ver a camada mais profunda da atmosfera solar, a chamada fotosfera. É nessa camada, de aproximadamente 300 km de espessura e com cerca de 5500 graus Celsius que quase toda a luz visível e invisível da estrela é produzida e lançada ao espaço. Quando chega aos nossos olhos, a sensação que temos é de uma intensa luz branca, conhecida pelos especialistas como Solar Continuum.
Nesta região, o fenômeno mais notável é o das manchas solares, áreas irregulares que parecem mais escuras que a fotosfera circundante e que muitas vezes podem ser vistas sem o uso de qualquer instrumento de amplificação. Com o uso de telescópios e filtros adequados podemos ver alguns detalhes extras, como a textura da fotosfera. Mas o Sol não acaba aí.
Acima da fotosfera existe mais uma camada. Ela é vermelha e muito brilhante e é ali que a maravilha da máquina estelar se revela.
Chamada cromosfera solar, é o local de origem das grandes tormentas, das tempestades, das ejeções de massa coronal. É ali onde gigantescos loops e filamentos se formam e se rompem, onde as erupções acontecem. E embora seja vermelha e muito luminosa, é praticamente invisível aos nossos olhos.

Brilho Descomunal
O motivo de não podemos ver esses acontecimentos a olho nu é a diferença descomunal de brilho entre a cromosfera vermelha e a fotosfera branca, que reluz imediatamente abaixo. O solar continuum branco é milhares de vezes mais intenso que o fulgor da cromosfera, cuja borda só pode ser vista por breves instantes durante os eclipses totais, quando a Lua esconde o disco da fotosfera, ou então em qualquer dia através do emprego de filtros especiais, chamados H-Alpha.
Loop Solar em H-alpha
Esses filtros são extremamente seletivos e permitem observar o Sol no comprimento de onda de 6562 angstroms, uma tonalidade de vermelho muito profundo. Essa cor é produzida na cromosfera, quando o elétron do átomo de hidrogênio salta da terceira para a segunda órbita, liberando sua energia na forma de um fóton nesse tom de vermelho, o H-Alpha.
Através desse filtro, toda a luz branca do continuum solar é bloqueada, com exceção do vermelho produzido na cromosfera. Isso permite observar em profundidade toda a atividade solar produzida nessa região do Sol.
A imagem vista no destaque é um exemplo típico de uma foto feita com auxílio de um filtro H-Alpha. Na cena, uma gigantesca proeminência localizada no limbo solar salta à vista, enquanto o oceano de gás aquecido parece formar uma espécie de tapete que a emoldura.
Uma proeminência é uma nuvem de gás mantida acima da superfície pela ação dos campos magnéticos do sol. Dependendo da atividade da estrela, diversos eventos podem ser vistos no limbo e na superfície, entre eles os gigantescos filamentos que mais parecem cicatrizes magnéticas e os maravilhosos loops de gás, que não raras vezes atingem mais de 150 mil km de altura.

Arte: No topo, cena registrada em 23 de fevereiro de 2014 mostra o Sol visto por um telescópio de 230 milímetros equipado com filtro H-Alpha. O destaque fica por conta da magnífica proeminência vista no limbo estelar. Acima, gigantesco loop de gás flagrado pelo astrofotógrafo Randy Shivak. Crédito: Nasa/APOD, Randy Shivak, Apolo11.com.

Meteorito colide com a Lua e cria a mais brilhante explosão já observada


         O impacto de uma rocha espacial em alta velocidade na superfície da Lua desencadeou a mais brilhante explosão lunar já vista, dizem os cientistas.

         Um vídeo do impacto, que ocorreu em 11 de setembro de 2013, foi apresentado no final de fevereiro. O "flash" gerado pelo impacto foi quase tão brilhante quanto uma estrela de segunda magnitude. Isso significa que esse impacto foi visível para qualquer pessoas que estivesse olhando para a Lua naquele dia, às 08h07 UTC."Naquele momento eu percebi que eu tinha visto um evento muito raro e extraordinário", disse José Madiedo , professor da Universidade de Huelva. Madiedo testemunhou a colisão usando dois telescópios que fazem parte de um sistema de detecção de impactos na Lua, no sul da Espanha.

Imagem mostra a localização da região chmada
Mare Nubium. Créditos: Wikipedia
         A rocha espacial colidiu a uma velocidade impressionante de 61.000 km/h, gerando uma nova cratera de cerca de 40 metros de largura na região conhecida como Mare Nubium. Os cientistas acreditam que a rocha espacial responsável por tal colisão deveria ter cerca de 400 kg, com diâmetro de aproximadamente 1 metro.

         Se uma rocha espacial deste tamanho atingir a Terra, pode criar algumas espetaculares bolas de fogo no céu, mas provavelmente não seria uma ameaça para as pessoas em terra, explicaram os pesquisadores. Já a Lua, ela não tem uma atmosfera como a da Terra, o que a torna bastante vulnerável a colisões de asteroides.

         A energia liberada por esse impacto foi comparável a uma explosão de cerca de 15 toneladas de TNT. Foi pelo menos três vezes mais poderoso do que o maior evento observado anteriormente.
         Normalmente, os flashes desses impactos duram apenas uma fração de segundo, mas o ponto brilhante visto por Madiedo brilhou por oito segundos, tornando-se o brilho de impacto mais longo já observado. Desde 2005, o programa de monitoramento de impacto lunar da NASA tem observado mais de 300 colisões de meteoritos na superfície lunar.

         "Nossos telescópios continuarão observando a Lua assim como nossas câmeras monitoram constantemente os meteoros na atmosfera da Terra", disse Madiedo em um comunicado. "Desta forma, esperamos identificar grupos de rochas que poderiam dar origem a eventos de impacto comuns em ambos os corpos. Também queremos descobrir de onde vêm esses asteróides."

         A pesquisa sobre o impacto lunar de setembro de 2013 foi publicada no dia 23 de fevereiro na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

Fonte: Space
Vídeo: Universidad de Huelva / MIDAS