segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Planetas gigantes podem estar se formando surpreendentemente longe de estrela-mãe

 Exoplanetas podem estar se formando a partir de um gigantes disco de gás. Até aí tudo bem. Porém, o que os cientistas estranham é o fato de que essa formação está ocorrendo muito, muito longe da jovem estrela-mãe.

         A poeira e o gás ao redor da estrela HD 142527 observadas pelo ALMA
              (em vermelho e verde) e pelo telescópio NAOJ Subaru próximas do
              infravermelho (em azul). A poeira está concentrada na parte
              superior da imagem.

A região de formação planetária está tão longe de sua estrela (cerca de cinco vezes a distância entre o nosso Sol e Netuno) que parece ser a primeira vez que os pesquisadores observam tamanha distância no nascimento de planetas.
         Astrônomos japoneses viram o disco de formação de planetas gigantes ao estudar novas imagens da estrela chamada HD 142527, feitas pelo Observatório Atacama Large Millimeter / submillimeter, ALMA, no deserto chileno. Eles criaram uma animação de vídeo para ilustrar o estranho nascimento dos planetas gigantes. A estrela responsável por essa formação está localizada a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra, e tem cerca de 2 milhões de anos.Os poderosos rádio telescópios do ALMA oferecem aos astrônomos a oportunidade de observar fenômenos cósmicos que normalmente são invisíveis. Ao detectar o espectro em comprimentos de onda muito curtos, no milímetro e submillimetro, o ALMA pode detectar as nuvens de gás e poeira onde novas estrelas estão se formando, assim como os discos de detritos em torno dessas estrelas, onde se formam os planetas.As novas observações do ALMA sobre a estrela HD 142527 mostram que a mesma está rodeada por poeira cósmica, onde se formam os planetas. Pode-se observar ainda, um ponto brilhante no lado norte do disco, com emissão no submilímetro cerca de 30 vezes mais forte do que a emissão do lado sul.  "Estamos muito surpresos com o brilho do lado norte", comenta Misato Fukagawa, professor assistente na Universidade de Osaka. "Eu nunca vi um 'nó' tão brilhante em uma posição tão distante. Essa forte emissão pode ser interpretada como uma grande quantidade de material acumulado. Ao verificarmos essa grande quantidade de material se aglutinando, podemos deduzir que planetas ou cometas estão sendo formados ali'.
 
         Misato Fukagawa e seus colegas acreditam que, se o disco tem uma proporção de poeira e gás (1 a 100) comparável a outros sistemas solares, então planetas gigantes de gás várias vezes mais massivos do que Júpiter podem estar se formando no disco. Mas se este ponto denso no disco tem uma proporção maior de poeira, pode originar planetas rochosos como a Terra e corpos menores, como cometas.
 
Créditos: ALMA / ESO / NAOJ / NRAO / Fukagawa

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