O Telescópio Espacial Hubble da NASA registrou um evento raro e único: a desintegração de um asteroide no espaço interplanetário.
É comum observar cometas sendo despedaçados ao se aproximarem do Sol, mas um asteroide sendo fragmentado no cinturão principal entre Marte e Júpiter, é algo realmente muito raro. Imagens do Hubble mostram que o asteroide, conhecido como P/2013 R3, se fragmentou em até 10 pedaços.
P/2013 R3 foi descoberto em setembro de 2013 pelos observatórios Catalina e Pan Starrs. Pouco depois, outras observações do telescópio Keck, no Havaí, revelaram três corpos que viajavam juntos, ocupando um espaço do tamanho do planeta Terra. Após isso, observações feitas através do telescópio espacial Hubble mostraram que P/2013 R3, na verdade são 10 objetos separados, e cada um deles possui uma cauda de poeira. As quatro maiores rochas possuem cerca de 200 metros de largura, e o restante dos destroços possuem aproximadamente 200.000 toneladas, disseram os pesquisadores.
Astrônomos continuaram a observar P/2013 R3 através do Hubble, de outubro a janeiro deste ano. Eles determinaram que os fragmentos do asteróide estão se afastando em apenas 1,5 km/h.
"Isso é uma coisa realmente fantástica de se observar... nunca havíamos visto isso antes", comentou Jessica Agarwal, do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha. "A fragmentação pode ter muitas causas diferentes, mas as observações do Hubble possuem detalhes suficientes para que possamos realmente identificar qual foi o processo responsável".
Os cientistas acreditam que a fragmentação do P/2013 R3 foi causada por algo chamado de "efeito Yarkovsky - O'Keefe - Radzievskii - Paddack (YORP). Esse efeito descreve como a luz solar pode causar um grande aumento na taxa de rotação de um objeto ao longo do tempo.
Corpos celestes absorvem a luz do Sol e, em seguida, liberam essa energia na forma de calor. Objetos com formas irregulares, como P/2013 R3, emitem mais calor de algumas áreas do que de outras, causando um pequeno desequilíbrio que faz com que o corpo gire mais rapidamente ao longo do tempo. Esse aumento na taxa de rotação provavelmente foi a causa do afastamento dos pedaços do P/2013 R3, disseram os pesquisadores.
Além disso, os cientistas acreditam que o asteroide foi, provavelmente, atingido por inúmeras colisões com outras rochas espaciais no passado.
"Este é o caso mais recente de asteróides 'estranhos', incluindo o asteróide P/2013 P5, que possui seis caudas de poeira", disse Agarwal. "Isso indica que o Sol desempenha um papel importante na desintegração desses 'pequenos' corpos do Sistema Solar, colocando pressão sobre eles através da luz solar".
O estudo foi publicado na última quinta-feira (6 de março) na revista The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: Space
Imagens: NASA / ESA
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